Silvana Maria L. dos Santos: siledc287@yahoo.com.br FACED-UFBA
Resumo
Ideologia no livro didático é um assunto muito discutido no meio acadêmico, ate porque agora os pesquisadores em educação estão levando em consideração o quanto a sociedade se tornou eclética, e cheia de classes sociais diferentes, não poderiam de deixar de saber sobre como os assuntos são tratados nos livros didáticos, pois são os meios de informação imediatas que grande parte da população tem acesso. Assim é importante refletir como, quem e com que visão estamos utilizando o livro.
Palavras-Chaves :Livro didático, professor, ideologia.
Introdução
Para falar de ideologias, ou seja, as verdades que são contadas nos livros didáticos, é necessário partir do pressuposto que vivemos numa sociedade que apresenta múltiplas classes e não mais uma crise de conjuntura do capitalismo, outra característica marcante na atualidade é a complexidade das relações e não apenas a dualidade ricos x pobres.. Seguindo nessa linha, mesmo nessa sociedade tão diferente, o livro didático ainda acompanha as idéias da classe dominante. A realidade atual colabora com, a desigualdade, pois a classe social predominante só fornece artifícios para reproduzir seu sistema econômico, o qual querem que continuem como modelo hegemônico.
Falando sobre Livro Didático
Falar de livro didático é muito complexo, pois é um método adotado por 99% das escolas e que gera polêmicas e criticas em diversos setores bem como discussões no meio acadêmico e entre professores, pais e editoras. Os debates em torno deste tema são vinculados principalmente a esfera econômica como será explanado mais a frente.
O livro didático é um objeto cultural contraditório que gera intensas polêmicas e críticas de muitos setores, mas tem sido sempre considerado como um instrumento fundamental no processo de escolarização.(Bittencourt,2007)
Sua eficácia também não pode ser descartada em alguns casos, pois ainda é considerado como instrumento essencial no processo de escolarização principalmente nas escolas que não possuem outras fontes de informação.
Ainda dentro desses 99% existem pais que gastam fortunas com os livros dos filhos pois o mercado do livro didático no Brasil movimenta fortunas, no setor publico, com o programa nacional do livro didático e no setor privado com a lista de material escolar no inicio das aulas, e esses pais querem somente que seus filhos usem o livro até o final sem se importar com os conteúdos ideológicos, aos quais seus filhos estão sendo submetidos.
As discussões em torno do livro estão vinculadas ainda à sua importância econômica para um vasto setor ligado à produção de livros e também ao papel do Estado como agente de controle e como consumidor dessa produção. No caso brasileiro, os investimentos realizados pelas políticas públicas nos últimos anos transformaram o Programa Nacional de Livro Didático (PNLD) no maior programa de livro didático do mundo. (Bittencourt,2007)
Utilizando apenas critérios econômicos para a escolha do livro didático como avaliar a qualidade e veracidade do que se diz no livro didático? o livro como única fonte de pesquisa para o professor e para o aluno fecha toda uma gama de possibilidades de descoberta de outras fontes, como jornais e revistas por exemplo. Denunciar que o livro didático mente traz implicações seríssimas: vamos fazer um livro que fale a verdade (...) (Faria, 2000).
Que verdades são essas?
As verdades que são contadas nos livros didáticos são muitas, como por exemplo, que a raça que produz e que faz com que a economia e a educação cresça é branca e não a negra. Na economia é comum a presença, no livro didático, da proliferação do modelo hegemônico, ou seja a criança só fará parte da sociedade se tiver o vídeo game da moda ou a roupa de grife. Isso fica evidente principalmente no livro de historia, quando tratamos do assunto trabalho: o mesmo está em oposição a estudo, pois é necessário trabalhar muito, e naquilo que não gosta, apenas quem não estudou. Quem estudou bastante tem direito a ascensão social. Cabe ao professor ser crítico o bastante para trabalhar os conteúdos que estão disponíveis em seus livros. E enfatizar aquelas informações que além de verdadeiras sejam legitimas, as que sejam conhecimento válido, que possa ser levado na bagagem de saber de cada um deles.
Nos livros didáticos atuais vemos um volume de conteúdo imenso, e por isso os professores não conseguem explorá-los de forma produtiva e crítica, seja em seus aspectos políticos, seja em seus aspectos ideológicos. Por outro lado, as crianças precisam absorver durante as unidades escolares, capítulos e capítulos de assuntos que o currículo impõe, sem saberem se aquele conteúdo é realmente necessário para sua formação. Também é importante saber que tipo de informação os livros didáticos adotados pela escola contém, se são carregados de visões preconceituosas ou se têm propagandas comerciais em seu texto, certificando-se de que a leitura é coerente e válida.
Entra nesse questionamento: para que nós professores devemos usar o livro didático? Como único meio de referencia para a preparação de aulas, ou deve-se ser mais criterioso para falar “verdades” na sala de aula? Novamente coloco que a responsabilidade dessa tarefa é do professor, principalmente os de matérias especificas, pois devem ter o domínio de sua disciplina para discernir entre o que pode ser considerado verdadeiro ou falso, e assim poder usar o livro como elemento estruturante, podendo ser usado como referência para debates e outras atividades na sala de aula.
Um livro didático de boa qualidade nas mãos de um bom profissional tem tudo para somar excelentes instrumentos pedagógicos. Já nas mãos de um profissional limitado, que o tenha como única referencia, representará um mal menor. O risco maior todavia esta na possibilidade de um livro didático de péssima qualidade cair nas mãos deste ultimo profissional. A tendência, neste caso, é que ele ratifique equívocos e tente passá-los como verdade aos alunos. (Sena, 2005).
Acredito que esse artigo não aborda todos os pontos que devem ser debatidos sobre ideologia no livro didático, mas é um estimulo para novas pesquisas sobre o assunto, levando em consideração pontos como a hegemonia ideológica vigente na economia, nas relações humanas, nas relações diplomáticas e em qualquer outro campo no qual apenas um ponto de vista seja predominante sem deixar que mais posições se articulem.
Referencias
Faria, Ana Lúcia G. de. Ideologia no Livro Didático. 13 ed. São Paulo: Editora Cortez. 2000.
Sena, Odenildo. Armadilhas no Livro Didático.2005. disponivel em:
http://portalamazonia.globo.com/detalhe-artigo.php?idArtigo=92
Bittencourt, Circe Maria F. Em foco: Historia, Produção, e Memória do Livro Didático.2007. disponivel em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-97022004000300007&script=sci_arttext acesso em 19/06/07.
2 comentários:
Olá Silvana,
continue escrevendo sempre. É fundamental para todo professor construir suas próprias reflexões e produzir cientificamente. Já melhorou, mas precisa continuar para aperfeiçoar ainda mais.
Boas férias!
Oi, achei teu blog pelo google tá bem interessante gostei desse post. Quando der dá uma passada pelo meu blog, é sobre camisetas personalizadas, mostra passo a passo como criar uma camiseta personalizada bem maneira. Até mais.
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